História do crime e da polícia são tema de palestra no Campus de Irati

Alunos do curso de História do Campus de Irati da Unicentro participaram da palestra “A história da polícia e do crime do Brasil”, ministrada pelo professor Marcos Luiz Bretas da Fonseca, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O pesquisador esteve em Irati para participar de uma banca de defesa de mestrado e, de acordo com o professor Oseias de Oliveira, coordenador do mestrado em História, aproveitou para conversar com os acadêmicos da graduação. “A presença do professor contribui para a aproximação da pós-graduação com a graduação. E, mais importante, para termos um pesquisador com essa experiência e com essa relevância nacional socializando, disseminando o conhecimento que ele tem a respeito da violência no Brasil”.

Durante a palestra, Marcos Luiz Bretas abordou a ideia de que o crime é constituído socialmente. “Nós inventamos, o tempo todo, o que consideramos crime e o que não. Isso muda durante o tempo e é trabalho do historiador entender essas transformações e perceber como isso chega nos dias de hoje. Em diversos processos, algumas coisas que não eram crime estão sendo criminalizadas, outras que eram crime cada vez se tornam menos importantes”, afirma.

Na Unicentro,. pesquisador participou de banca de defesa de mestrado, conheceu projetos e ministrou palestras (Foto: Coorc)

Segundo o professor Oseias, o palestrante também aproveitou a visita à Unicentro para conhecer as ações desenvolvidas pelo curso de História da Universidade, como o Núcleo da História da Violência e o Centro de Documentação e Memória do Campus de Irati. “Para nós, é um momento marcante, uma oportunidade de aproveitar um pesquisador tão expoente, com uma importância singular no estudo da violência no Brasil, e ele conhecer os estudos que nós desenvolvemos aqui”, explica.

O coordenador do mestrado ainda destaca possíveis parcerias com o pesquisador. “Ele ficou empolgado e encantado com os trabalhos que estão sendo encaminhados. Ele já vai integrar um dossiê que será publicado com a coordenação dos professores daqui. Ele se propôs a participar com a contribuição e a experiência que tem”.

Marcos Luiz Bretas destaca, ainda, o papel das universidades do interior em relação as pesquisas que abrangem sua área de atuação. “Nós temos uma tendência de pensar o Brasil pelas capitais, mas ele é muito mais que isso. Há uma série de possibilidades e eu acho que vocês têm um material maravilhoso. Eu estou encantado!”, conta Bretas.

A professora Ana Maria Rufino Gillies, do Departamento de História do Campus de Irati, acredita que atividades como essas são de suma importância para a formação acadêmica dos estudantes. Além disso, a palestra ainda contribui para o combate à evasão acadêmica. “É muito importante ouvir um pesquisador como o professor, que está há 30 anos trabalhando e nos beneficiando, contando sua experiência. Uma palestra dessa natureza é inspiradora para nossos alunos. Ao voltar para a sala de aula, nós vamos reforçar essa fala e procurar inspirar e motivar nossos alunos para ficarem conosco. É isso que essas visitas suscitam”.

Para quem participou, como o Filipe Arnaldo Cezarinho, que acaba de defender sua dissertação, ficou a admiração pelo trabalho apresentado durante a palestra e aumentou o desejo de desenvolver futuros projetos com o pesquisador. “Eu já venho namorando os trabalhos dele há dois anos. Já conversei com ele e estou tentando orquestrar um projeto que lide com o arcabouço metodológico dele. Para mim, ele é um grande historiador. É minha referência”.

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