No artigo intitulado “Memorial do Holocausto: memórias e sentidos”, publicado em 2020, Maria Claudia Teixeira e Raquel Baldissera analisam quatro texto-imagens oriundos do projeto artístico “Yolocaust” sob autoria do artista Shahak Shapira. O artista reuniu fotografias tiradas por turistas no Memorial do Holocausto (Berlim) e as reconstruiu ao deslocar os sujeitos turistas para os cenários que produziram o memorial, como os campos de concentração. As autoras, por meio da fundamentação teórica da Análise de Discurso (linha francesa de Michel Pêcheux) e dos estudos propostos por Eni Orlandi, examinam as fotografias e as ressignificações memoriais propostas por Shapira.
“A materialização dessa memória chama a atenção pela forma como o sujeito se comporta diante dos acontecimentos do passado e, também, a relevância da realização do projeto “Yolocaust”, mostrando como são apresentadas através de redes sociais e, com isso, mudando o sentido de memória para aqueles turistas. Tanto as imagens postadas nas redes sociais como as imagens do projeto apontam para o problema gerado pelo uso de fotos e mídias em redes sociais, influenciando, assim, o sujeito a realizar poses inadequadas em lugares que reivindicam do sujeito outros comportamentos” (BALDISSERA; TEIXEIRA, 2020, p. 184).
BALDISSERA, Raquel, TEIXEIRA, Maria Cláudia. Memorial do Holocausto: memória e sentidos. Revista Gatilho, UFJF, v. 19, p. 173-186. dez. 2020. In: https://periodicos.ufjf.br/index.php/gatilho/article/view/30172
(Por Nathan Lermen)