Maria Cleci Venturini
Nincia Cecília Ribas Borges Teixeira
RESUMO
O artigo analisa o texto “A Bahia que Caetano e Gil não cantaram” inserido no livro Literatura Marginal, organizado por Ferréz. O estudo se embasa em uma perspectiva discursivo-literária evidenciando que o contexto histórico-social é parte constitutiva do sentido e a formação ideológica governa a formação discursiva. A escolha se deveu ao fato de que o texto apresenta um discurso marcado por um eu-lírico de um outro contexto histórico-geográfico, condicionado por uma formação ideológica que, diante de seu objeto lírico (Bahia), integra-se a ele. O que nos move e impulsiona à reflexão em torno do espaço urbano é a possibilidade de aliar, de um lado, o que é da ordem do real e significa pela institucionalização que rege e direciona a vida da formação social e dos sujeitos que a estrutura e, de outro, o ficcional, que vem de um outro lugar. Esse outro lugar não se filia ao real, nem à literatura canônica, mas existe, fazendo sentido. Trata-se da Literatura Marginal, em que os talentos significam o seu lugar como o “de escrita periférica”, isto é, daqueles que são “talentos”, mas nem sempre são reconhecidos.
PALAVRAS-CHAVE: cidade, Bahia, discurso, literatura.