Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze. Pinheiro-do-paraná,paraná-pine

1-

Foto 1–  O estróbilo feminino, ou ginostróbilo, apresenta forma esférica.Pinha-jovem

Foto 2– Estróbilo feminino em formação, e pinha jovem.Pinha-2

Foto 3 – Pinha.Esfróbilo-masculino

Foto 4 – Estróbilo masculino, ou androstróbilo, quando maduro, apresenta forma cilíndrica.2-

Foto 5– Bugio- Alouatta guariba  (Humboldt) Alimenta-se de pinhões e contribui para sua regeneração.Foto 6 – Pinhão semente.Foto 7 – Tronco reto, colunar e quase cilíndrico com fuste de até 20 m.1-Leptasthenura-setaria-Temminck-1824

Foto 8 -Grimpeiro

Alimentação: Segundo o documentário baseado no livro “Araucária, a floresta do Brasil meridional” de Zig Koch e Maria Celeste Corrêa, patrocinado pela empresa Gerdau, o pássaro grimpeiro , sapézinho (Leptasthenura setaria) é assim chamado porque normalmente é visto sobre as pontas das acículas (grimpas) do pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, e que segundo o documentário, este pássaro é crucial para a reprodução do pinheiro-do Paraná, pois ele se alimenta de uma larva que se alimenta dos estróbilos femininos (pinhas) das araucárias fêmeas, assegurando e aumentado a produção de pinhões (Fonte: Youtube).

Foto 9 – Medida do CAP 4,60 mPinheiro-do-paraná

Foto 10— Rebrota da cepa do pinheiro-do-paraná.gralha

Foto-11– Cyanocorax caeruleus .(Vieillot,1818). Dispersora de sementes.

Foto 12Cyanocorax chrysops (Vieillot 1818), gralha-picaça.

Foto 13- Cutia (Dasyprocta azarae). Uma das maiores dispersoras de sementes da espécie.

Foto 14- Cutia (Dasyprocta azarae). Uma das maiores dispersoras de sementes da espécie.

Foto 15- Fungo orelha de pau. Usado pelos Índios, que colocam fogo no fungo  para transportar as brasas a longas distâncias por queimar lentamente e poder acender outra fogueira em outro local.

Classe: Coniferopsida.

Ordem: Coniferae

Família: Araucariaceae.

Nome científico: Araucaria angustifolia (Bertol.)  Kuntze

Sinonímia botânica: Araucaria brasiliana Richard; Araucaria brasiliensis London.

Nomes populares: pinheiro-do-paraná, paraná-pine.

Nomes populares em outros países: Paraguai; kuri’y, Argentina; pino parana, seu nome comercial parana pine.

Nome guarani: Curi (NOELLI, 1993)

Origem do nome  da espécie: Araucaria deriva de Arauco, região do Chile, angustifolia é do latim angustus, estreito, pontudo e folium, folha (reitz & Klein,1966)

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE

Árvore perenifólia, dioica, espécie secundária longeva de temperamento pioneiro  (IMAGUIRE,1979), especie pioneira e heliófita  (REITZ & KLEIN 1966).O pinheiro-do-paraná foi diferenciado em racas geográficas ou ecótipos (GURGEL & KLEIN 1966), descrevem nove variedades Para Araucaria angustifolia: elegans; sancti josephi;(São José), angustifolia; caiova; indehiscens; nigra; striata; semi-alba e alba. As variedades são descritas  pela época de amadurecimento dos pinhões e variação na cor das sementes. Sua altura pode atingir até 35 m e até 120 cm de DAP, mas podem chegar a 50 m de altura e 250 cm de DAP.

Folhas: simples, alternas, espiraladas,lineares, coriáceas,lanceoladas.

Flores: dioicas; masculinas em amento cilíndrico de até  22 cm de comprimento por 5 cm de largura. Flores femininas  em estróbilo a pinha.

Fruto: pseudofrutos reunidos no estróbilo feminino ou pinha, onde podem serem encontrados até 150 pinhões.

Floração: estróbilo masculino, agosto a janeiro, estróbilo feminino, o ano todo

Frutificação: Março/Junho.

Biologia Reprodutiva e Fenologia:  planta dioica, muito raro monoica,,com estruturas reprodutoras em estróbilos masculinos e femininos. Polinizados principalmente pelo vento. Mas um ave conhecida como grimpeiro

Polinização: o pinheiro-do-paraná é polinizado pelo vento mas também por uma ave que transporta o pólen de uma árvore para outra grimpeiro  (Leptasthenura setaria) é assim chamado porque normalmente é visto sobre as pontas das acículas (grimpas) do pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, e que segundo o documentário, este pássaro é crucial para a reprodução do pinheiro-do Paraná, pois ele se alimenta de uma larva que se alimenta dos estróbilos femininos (pinhas) das araucárias fêmeas, assegurando e aumentado a produção de pinhões (Fonte: Youtube). Foto-7

Dispersão: autocórica e zoocórica, aves e roedores cutia, ratos-do-mato. Gralha-azul foto-10, e gralha picaça que é quem realmente planta o pinhão. Foto-11.

Ocorrência: A única espécie de seu gênero com ocorrência natural no Brasil, seu hábitat natural é o planalto sul-brasileiro ocorrendo em altitudes que variam de 500 m a 1200 m, nos estados de Minas Gerais,Paraná,Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ocorre também na Província de Missiones, na Argentina (CARVALHO, 1994), e no leste do Paraguai (BACKES & IRGANG, 2002).

Paisagístico: pela sua beleza em todas as idades é muito recomendada para paisagismo.

Utilização: apresenta boas características físicas e mecânicas, sendo indicada para construção em geral, caixotaria, móveis, laminados, tabuinhas para foro, ripas, caibros, palitos de fósforos, lápis, marcenaria, carpintaria, tanoaria, molduras, guarnições, postes, cabos de vassoura, mastros de navios, tabuas para telhados, e outros usos (MAINIERI e CHIMELO,1989).

Bibliografia consultada

CARVALHO, P.E.R. Espécies Arbóreas Brasileira: Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras, Vol. 1. Brasília: Embrapa Informações Tecnológica; Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2003.  1.039 p.

CARVALHO, P.E.R; ZELAZOWSKI, W. H.; LOPES, G.L. Comparação entre espécies florestais nativas e exóticas com “one-tree-plot” em Santa Helena, PR. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1996. 2 p. (EMBRAPA-CNPF. Pesquisa em Andamento, 20). Biblioteca(s): CPAF-AP (FL 05273 EMB).

CARVALHO, P.E.R.; ZELAZOWSKI, W. H.; LOPES, G.L. Comparação entre espécies florestais nativas em Foz do Iguaçu, PR. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1996. 2 p. (EMBRAPA-CNPF. Pesquisa em Andamento, 16). Biblioteca(s): CPAF-AP (FL 05269 EMB).

Comportamento de 18 espécies florestais plantadas em quatro arboretos da COAMO. DOCUMENTOS URPFCS – NÚMERO 05 NOVEMBRO, 1981. Disponível em:www.cnpf.embrapa.br/publica/seriedoc/edicoes/doc05.pdf. Acesso em: 23/10/2011.

20 pensou em “Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze. Pinheiro-do-paraná,paraná-pine

  1. Fotos interessantes mostrando exemplares de grande tamanho. Esse pinheiro da foto fica no Assungui, em Fernandes Pinheiro, não? Acho que a informação da localização da árvore seria bem interessante.

  2. Interessante, pra medida de comparação, a araucária angustifolia mais conhecida como “Pinheiro Grosso” em Canela/RS, tem circunferência de 8,5 metros à 1,20m do solo, e 48 metros de altura.

  3. Faltou falar do grau de ameaça e o que restou das florestas com araucária (distribuição original no Estado e onde estão localizados os últimos remanescentes)

  4. Tenho uma araucária de 5 metros, ela pegou uma broca daqui da região de Araçatuba/SP, tem seiva vazando do tronco, em vários pontos, em linha reta para baixo, a questão é: Posso cortar a arvore ma metade sem que ela morra? ela irá rebortar?

  5. Em Irati, no Bosque das Canisianas, tem uma Araucária com idade calculada em 800 anos. É linda, mas acho que está condenada, pois tem fungos no tronco, na sua base. Seria muito interessante estudar ela e ver a possibilidade da sua preservação, pois existem planos para sua derrubada e a construção de um condomínio no local.
    Acho que deveriam criar lá um Santuário das Araucárias, pois temos outros belos exemplares no local.

  6. Qual será a maior araucária da região centro sul do Paraná ? Aqui em Rebouças tem uns belos exemplares. Será que já foi feito algum levantamento sobre isso ?

  7. Olá, boa noite. Gostaria de saber se é possivel a espécie se adaptar ao clima do litoral sul de sp, em Santos/SP (que é o mesmo da mata atlantica, porém em altitude menor que a ocorrencia natural). Tenho algumas mudas nascendo e estou pensando em plantar uns exemplares por aqui. Observo que existem muitos exemplares do pinheiro australiano por aqui (aquele com a copa comprida e alta) muito usado para remeter ao natal. Aparentemente essa espécie se adapta ao clima, mas não encontrei nenhum exemplar do pinheiro brasileiro por aqui. Na cidade de São Paulo ele era nativo na época do descobrimento (é um dos motivos do rio pinheiros ter esse nome) e fica a uma altitude de 500 metros. Seria uma experiencia válida?

    • Natan o Pinheiro do Paraná é uma espécie de Altitude e exclusiva da FOM Floresta Ombrófila Mista ,fizemos experimento em Foz do Iguaçu, foi um fracasso, seu crescimento é lento e morre com o tempo. Gerson Luiz Lopes

      • Gerson, bom dia! Fiz um plantio experimental de Araucaria angustifolia em Garopaba – SC, em um terreno bem próximo ao mar, a menos de 100 m da praia. É um ambiente hostil para essa planta, com solo raso, muita areia, sem quase nenhuma matéria orgânica, lençol freático próximo, ventos fortes, maresia e sem inverno rigoroso. Enfim, um ambiente típico de restinga litorânea. O exemplar foi plantado a cerca de 35 anos atrás, sobre camada de aterro de textura franco-arenosa com 60 cm sobre solo de duna. No início, o desenvolvimento estava estagnado. Fiz injeção profunda de adubo químico NPK no solo e a planta teve um desenvolvimento excepcional. Hoje está com uns 7-8 m de altura e o crescimento estabilizado, com a copa típica em forma de cone. Atingiu a forma adulta e não deve mais crescer. Parece estar secando alguns galhos inferiores em função dos ventos. É um exemplar macho. Desenvolveu bem melhor do que outras nativas regionais que plantei, como Clusia criuva, Myrsine umbellata e Butia capitata. A Clusia até secou neste período e a Araucária continua de pé. A natureza surpreende, contrariou todas as minhas expectativas. Espero que viva muitos anos ainda. Um abraço!

        • Eduatdo Malmann, trabalho com Pesquisa Florestal Plantamos em Foz do Iguaçu-PR em solo fértil, a Araucária só se desenvolve em terras e altitude acima de 800 m. Talvez viva mas a tendência e secar, e seu crescimento é baixo. Gerson Luiz Lopes.

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