Escrito por: Leatrice Talita Rodrigues
TALINA, M. D. L; MEIRELLES, R. M. S.
Resumo Este artigo tem como tema a abordagem da Educação Ambiental (EA) nos anos iniciais do ensino fundamental. Busca uma articulação entre teoria e práxis, apresentando os resultados de uma pesquisa que investiga a concepção docente sobre as práticas educativas recorrentes no ambiente escolar nos anos iniciais do ensino fundamental a respeito das questões ambientais. Os resultados da pesquisa mostram que os professores percebem uma evolução no pensamento e no discurso dos alunos, mas que nem sempre se traduz em atitudes e práticas ambientais sustentáveis. Essa reflexão busca contribuir para as discussões sobre a EA nos anos iniciais do ensino fundamental.
Palavras-chave: educação ambiental; práticas educativas; anos iniciais.
Artigo completo disponível em: http://revistascientificas.ifrj.edu.br:8080/revista/index.php/reci/article/view/402/391
A importância da realização de estudos prévios de avaliação de percepção ambiental e social em segmentos
formadores de opinião.
Quando se trata, no Brasil, da estruturação de programas de Educação Ambiental ficam evidentes algumas desconformidades conceituais: não se assegura ao segmento da sociedade, que irá receber o programa, a sua efetiva participação quando do processo de estruturação do mesmo, bem como não há sistemas definidos de avaliação da eficácia de tais programas após sua conclusão.
Em uma linguagem simples, nos processos de licenciamento ambiental – onde condicionantes definem a apresentação de programas de EA – as empresas (em muitos dos casos) se limitam a contratar uma consultora e pagar o trabalho da mesma, sem uma preocupação maior com a razão de ser – que não é apenas o atendimento de uma condicionante – mas sim da necessidade de aprimorar progressivamente o nível de conscientização ambiental dos segmentos sociais de sua área de influência.
A consultora contratada, em inúmeros casos, faz consultas precárias junto à sociedade e acaba adotando pacotes padrão de programas de EA que são adaptados à realidade da sociedade, ao invés da estruturação de um programa específico caso a caso.
Quando estes programas chegam aos órgãos normativos de controle ambiental, que deveriam fazer a avaliação dos mesmos, não há critérios específicos para tal avaliação e, também, em muitos dos casos, são tratados como documentos necessários ao atendimento das necessidades do processo de licenciamento.
Como conclusão, cada um dos atores fez a sua parte, mas não fica assegurado que, de fato, se observará um ganho no nível de conscientização ambiental da sociedade. Ou seja, a prevalência da velha tese (no passado válida, mas não mais em pleno século XXI) de que “quanto mais EA, melhor”, uma vez que o que se pretende de fato (mudança de paradigmas) é assegurar programas efetivos e contínuos de mudança da percepção ambiental e social dos segmentos sociais envolvidos.
Por este motivo, há cerca de 10 anos, o NEPAS (grupo sem fins lucrativos) vem se dedicando a esta linha de estudo, fato já incorporado, com apoio direto do NEPAS, a legislação ambiental do Estado do Espírito Santo, através da aprovação da Resolução 001 / 2016, do Conselho Estadual do Meio Ambiente / CONSEMA, que poderá ser acessada (em forma comentada) através do site http://www.nepas.com.br .
No site do NEPAS podem ser conhecidas várias pesquisas – realizadas no Brasil e no exterior – de estudos prévios de avaliação da percepção ambiental e social de segmentos da sociedade, usados que foram para a estruturação de Programas de Educação Ambiental e de Comunicação Social (interação sociedade / empresa em processo de implantação).
Tais programas visam conhecer como a sociedade “percebe” os problemas ambientais e sociais de sua região, conhecimento imprescindível a qualquer consultor ou gestor público que esteja estruturando intervenções em uma dada área geográfica. Informações que precisam ser conhecidas previamente e, sobretudo, debatidas com a sociedade, antes de qualquer processo formal de intervenção.
O uso do instrumento “avaliação do perfil de percepção ambiental e social” já é adotado há muito tempo no Japão. Foi trazido para o Brasil, adequado a nossa realidade, através de um longo processo de aprimoramento desenvolvido pelo NEPAS, grupo originalmente concebido para não ter fins lucrativos, que vem desenvolvendo parcerias com várias entidades como, por exemplo, MEC e MMA, no Brasil, bem como a ASPEA (Portugal) e a ASED (Moçambique).
Roosevelt Fernandes, M.Sc.
Especialização em Engenharia Ambiental no Japão
Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental e Social / NEPAS
roosevelt@ebrnet.com.br