Por: Gabriele Monique de Andrade Setnarski e Lucas Eduardo Muller 

A água é um recurso natural e essencial para a manutenção da vida na Terra. Contudo, devido ao crescimento urbano desenfreado, somado a falta ou ineficiência de sistemas de saneamento básico, a poluição e contaminação dos ecossistemas aquáticos tem crescido cada vez mais.

A poluição das águas origina-se de várias fontes, dentre as quais se destacam os efluentes domésticos, os efluentes industriais, o escoamento superficial urbano e o escoamento superficial agrícola, estando associado ao tipo de uso e ocupação do solo (CETESB, 2018). O lançamento de efluentes in natura ou com tratamento inadequado nos recursos hídricos resulta em sérios impactos ambientais e de saúde pública, incluindo eutrofização, propagação de doenças de veiculação hídrica e diminuição do oxigênio dissolvido na água (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Os esgotos sanitários contem alto teor de material orgânico sólido, nitrogênio, fósforo e organismos patogênicos. Quando esse tipo de efluente é lançado diretamente nos corpos hídricos, estes nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio, em excesso, promovem o crescimento excessivo de algas. Esse fenômeno é conhecido como eutrofização. O excesso de algas pode cobrir a superfície da água, bloqueando a entrada de luz solar e reduzindo a quantidade de oxigênio dissolvido na água, prejudicando o ecossistema aquático (ESTEVES, 2001).

Outro impacto que ocorre é devido ao esgoto in natura ter alto teor de matéria orgânica, como resíduos de alimentos, fezes e outros materiais biodegradáveis. Quando lançado nos corpos hídricos, essa matéria orgânica é oxidada por bactérias que consomem oxigênio na água durante o processo de decomposição e isso pode levar a uma diminuição significativa dos níveis de oxigênio dissolvido na água (VON SPERLING, 1996), o que pode ser letal para a biodiversidade aquática. Além disso, a presença de organismos patogênicos nos esgotos não tratados representa um risco à saúde pública, podendo causar doenças como cólera e hepatite (FUNASA, 2000).

A engenharia ambiental, portanto, desempenha um papel crucial no desenvolvimento de tecnologias que visam mitigar esses impactos, promovendo o tratamento adequado dos efluentese a preservação dos recursos hídricos.Os engenheiros ambientais são responsáveis pela implementação e manutenção de sistemas de tratamentos adequados, garantindo que os padrões estabelecidos pelas leis vigentes sejam alcançados. Dessa forma, quando o efluente tratado é lançado em corpos hídricos, ele não causa impactos significativos.

Como funciona o tratamento de efluentes industriais | Grupo Filtroil

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Doenças Infecciosas e Parasitárias: Aspectos Clínicos, Vigilância Epidemiológica e Medidas de Controle. Ministério da Saúde, Centro Nacional de Epidemiologia. ed.3. 215p. 2000.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 212p. 2006.

ESTEVES, F.A. Fundamentos de limnologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 826 pp, 2001.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Secretária do Meio Ambiente. Fundamentos do controle de poluição das águas. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), 2018.

VON SPERLING, M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos (Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias). 2. ed.Belo Horizonte: Editora UFMG, 472p. 1996.