Você já parou para imaginar a influência que a música tem sobre suas emoções? Quem nunca procurou ouvir uma música animada para melhorar seu dia, sentir-se mais confiante, inspirado ou até mesmo aquela música triste e dramática por causa de uma desilusão amorosa. A música, por mais inofensiva que pareça, tem a capacidade de provocar fortes reações emocionais pois, até mesmo pessoas “não musicais” são capazes de reconhecer um ritmo ou uma melodia.
As famosas canções de ninar demonstram claramente como somos familiarizados com a música desde pequenos, mesmo algumas tendo letras no mínimo assustadoras, elas trazem tranquilidade para as crianças e os grandes responsáveis por isso são a melodia e o ritmo. Estes são chamados de percepções musicais e estão diretamente ligadas ao Córtex auditivo primário e ao giro temporal, nesta mesma área se encontram o orbito-frontal e o sistema límbico, que são responsáveis pela memória e emoções ligadas às músicas que geram dopamina e trazem boas sensações.
Um experimento realizado pelo psicólogo britânico John Sloboda, demostrou que na música o responsável por essas sensações é um dispositivo musical chamado appoggiatura, que se trata de um tipo de nota ornamental que se choca com a melodia, apenas o suficiente para criar um som dissonante. No experimento em questão foi solicitado a alguns indivíduos que identificassem trechos de suas músicas preferidas que estimulassem alguma reação física, como lágrimas ou arrepios. Sloboda identificou que grande parte das passagens que geravam essas reações continham este dispositivo musical. Grandes compositores clássicos como Mozart já utilizavam essa técnica em suas músicas, em seu concerto N º 23 (K. 488)é possível notar a passagem de piano, onde os violinos saltam uma oitava para ecoar a melodia.
A música pode também ter imenso potencial terapêutico, como na área da musicoterapia, que realiza trabalhos para melhoras cognitivas em doenças como Parkinson, Alzheimer, demência senil e hiperatividade. Em Taiwan resultados bastante eficazes foram constatados em casos de epilepsia, onde houve a redução de crises e até mesmo a inexistência delas durante o tratamento. Isso porque a inundação de dopamina por meio de músicas ligadas ao emocional, podem potencialmente se comportar como um anticonvulsivante em pacientes com epilepsia do lobo temporal.
Texto por: Luciano Cardoso Dias
Referências:
VERZARO, Mariana. A Música e a Emoção: Por que algumas músicas nos fazem chorar?;
Disponível em: <http://mverzaro.com.br/archives/579>; Acessado em: 13 de junho de 2017.
BISPO DE MELO, Desidério.Relação entre Musicoterapia e Psicologia da Música;
Disponível em: <https://professordesiderio.wordpress.com/musicoterapia/relacao-entre-musicoterapia-e-psicologia-da-musica/>; Acessado em: 13 de junho de 2017.
MIRANDA, Kaique. O Poder da Música no Cérebro: Resenha do artigo “Music and epilepsy: A critical review”;Disponível em: <http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1201>; Acessado em: 13 de junho de 2017