Com certeza você já ouviu de um parente mais velho àquela velha frase: “As crianças de hoje não são educadas como as de antigamente”. Diversos artigos de revistas acusam a geração atual de ser mal educada, narcisista, preguiçosa e imoral.
Este sentimento tão comum entre a geração mais velha possui um nome: “Juvenoia”, que nas palavras de David Finkelhor, um sociólogo estado-unidense, significa: “O medo exagerado da mudança social que ocorre nas crianças e nos jovens”.
Este fenômeno não é recente, não nasceu com a Internet, televisão, rádio ou música rock, mas existe há séculos. Por exemplo, esta frase atribuída a Sócrates poderia muito bem ter sido tirada hoje de algum pai ou avô durante um almoço em família:
Os jovens agora amam a luxúria; tem má maneiras, desafiam a autoridade; mostram desrespeito com os mais velhos e adoram lazer no lugar da responsabilidade. As crianças agora são tiranas, e não servidores em suas casas.
Mas o que causa este medo excessivo da juventude entre os mais velhos? De acordo com Darwinistas, nós somos seres replicantes, i.e., nossa especialidade é se reproduzir e passar nossos genes á frente. Somos equipados evolutivamente com as ferramentas necessárias para detectar perigos à nossa prole e defendê-la, assegurando assim, nossa descendência.
Porém, vivemos agora em uma realidade muito distante tecnologicamente e culturalmente da qual nossos antepassados foram forçados a se adaptar. Desta forma, nosso redor tecnológico e altamente conectado é interpretado como uma ameaça ao jeito de crescer da geração dos pais e das mães de hoje. Ou seja, quando os pais olham aos seus filhos, eles não enxergam a si mesmos quando na mesma idade, e isto gera certo medo.
Mas e então, existe fundamento para esta acusação, de que a geração atual é tão mais mal educada e no geral pior que a geração anterior?
Não! Pelo menos é isso que indicam as pesquisas:
Quanto ao crescimento intelectual das ultimas décadas, é justo indicar que a cultura popular vem indicando um crescimento na cognição necessária às formas de entretenimento atual, como é evidenciado no livro de Steven Jhonson, “Everything bad is good for you” (Resenha disponível aqui).
Apesar de tudo, é improvável que esta Juvenoia acabe nas gerações a seguir, no fim do dia a visão que cada geração tem de si é achar que a sua é melhor que a anterior ou que a posterior, como dito por George Orwell:
Toda geração se imagina mais inteligente que a geração anterior a ela e mais sábia que a geração que vem depois
Referencias:
KLIFF, Sarah. Today’s teenagers are the best-behaved generation on record. DIsponível em: https://www.vox.com/2014/5/25/5748178/todays-teenagers-are-the-best-behaved-generation-on-record. Acessado em: 21 de maio de 2018
AARON, Toscano. The Rhetoric of Video Games: A Cultural Perspective. Disponível em: <https://clas-pages.uncc.edu/aaron-toscano/genderdigital/rhetoricvideogames/>. Acessado em: 21 de maio de 2018