Émilin de Jesus Casagrande de Souza é engenheira ambiental formada em 2013, pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8262511J6

 

O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Sempre gostei muito da área das exatas e do meio ambiente, quando criança queria fazer biologia. Porém, quando tinha 17 anos, conversando com uma prima (também Engenheira Ambiental) decidi que era isso que queria fazer.

• Encontrou alguma dificuldade em conseguir um estágio na graduação? Se sim, qual?
Sim, nosso curso é pela manhã (segunda a sábado) e nenhuma empresa queria contratar ou dar estágio a alguém que trabalhasse apenas meio período. Outra dificuldade foi o receio das empresas em contratar ou dar estágios aos Engenheiros Ambientais, pois aqui na nossa região elas nos veem como prejuízo.

• Onde trabalha atualmente e quais atividades desenvolve em seu emprego?
Trabalhei no Projetos Ambientais da UNESC por aproximadamente 1 ano e meio. Durante esse período, auxiliei na coordenação de planos de saneamento básico, ministrei audiências públicas, fiz vistorias em campo, trabalhei com composição gravimétrica, coleta de solos e relatórios. Atualmente trabalho como autônoma com licenciamentos ambientais, modelagem ambiental (Hec-Ras), dou aulas de inglês, revisão técnica e traduções (Inglês e Francês), cursos e treinamentos (ArcGIS e QGIS) e possuo o blog 2 Engenheiros, no qual divulgo conteúdo e tutoriais. Também escrevo para o Blog 2 Engenheiros.

• Qual sua área de atuação?
Hoje, minha área de atuação é Geoprocessamento, Modelagem Ambiental e Saneamento Básico.

• Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Acredito que a Universidade não nos preparou corretamente ao mercado de trabalho e quando saímos da graduação, estamos despreparados e inseguros, ou seja, quando vamos atuar em uma empresa, não sabemos o que fazer, as dificuldades da empresa, e possíveis melhorias.

• Você considera bom o salário de um engenheiro ambiental?
O salário de Engenheiro é bom, mas muitas vezes as empresas nos contratam como assistentes ou analistas e acabamos ganhando pouco. Para quem esta começando, vale a pena aceitar pela experiência e ir crescendo aos poucos.

• Você acredita que há preconceito com a profissional engenheira ambiental e/ou que ser mulher pode fechar alguma porta para o mercado de trabalho? Já enfrentou algum problema assim?
Sim, o mercado de trabalho ainda é muito machista, enxergam as mulheres como delicadas, sexo frágil e quando nos destacamos, somos menosprezadas e rebaixadas. Sim, já passei por essa situação, quando dava ideias ou me destacava, riam de mim ou diziam estar errado.

• Quando você se formou você já se sentia preparada para o mercado de trabalho?
Tive a oportunidade de conseguir um estágio durante meu TCC que aprendi muito, a engenheira da empresa me ensinou muito e eu consegui me desenvolver. Quando fui para a UNESC, por mais que atuar em água e esgoto era novidade pra mim, me senti preparada para atuar como engenheira.

• Quais eram suas expectativas com a profissão antes de iniciar no mercado de trabalho? Quais não foram satisfeitas?
Me formar, atuar na área e crescer em uma empresa, fazer mestrado e doutorado. Hoje, percebi que os engenheiros não precisam estar dentro de uma empresa para crescerem. Ainda estou buscando um mestrado e doutorado.

• Você recomenda para alunos que ainda estão na graduação buscarem mais conhecimentos em alguma área específica, essencial para um engenheiro ambiental? O que você considera mais importante?
Estudem muito e busquem estágio, mesmo que não remunerado (no início), pois o que vale é a experiência, façam cursos, congressos. Existem muitos profissionais qualificados atuando em abastecimento de água e poucos em esgotamento sanitário (tratamento adequado, eficiências, dentre outros), sendo uma área promissora. O engenheiro como qualquer outro profissional deve ser curioso, determinado e acima de tudo deve estudar, buscar e nunca desistir.