Fonte: Treehugger

Por: Jéssica Chiafitela.

O uso de sistemas de esgoto vem desde o século VI a.c. na Roma com o surgimento da Cloaca Máxima, onde os romanos faziam seus dejetos onde eram encaminhados a canais que passavam por debaixo de toda a cidade. Alguns anos mais tarde veio a preocupação com o surgimento de doenças como: cólera, esquistossomose, febre tifoide, disenterias, infeções entre outras, devido a contaminação dos córregos e rios da cidade minados, levando assim o surgimento de sistemas de esgoto, tendo grande crescimento principalmente na Europa.

Ainda hoje é possível encontrar algumas regiões do mundo, onde este sistema não chega, e se faz o uso de tratamentos individuais como fossas sépticas, onde ocorrem riscos de contaminação do lençol freático. Tanto o sistema de tratamento de esgoto como as fossas sépticas geram um resíduo chamado lodo de esgoto ou biossólido. Este resíduo vem cada vez mais ganhando espaço no mercado como o uso na alternativa de fertilizantes no solo para o cultivo de alguns tipos de culturas e plantio, como o uso de carvão ecológico.

Este carvão ecológico, proveniente de fezes humanas, surgiu na cidade Nokuru no Quênia, na necessidade de dar uma destinação a este lodo de esgoto gerado na região onde o mesmo iria parar nos rios da região. Uma iniciativa da usina de processamento a Nawassco – Companhia de Serviços de Água e Saneamento de Nakuru, desenvolveu um projeto no qual, os caminhões limpa fossa após coletar os resíduos das residências se dirige a uma estação onde é processado este resíduo, o caminhão deposita os excretas em leitos dentro de uma estufa onde o lodo irá secar por aproximadamente 3 semanas, após é recolhido e carbonizado em um tambor a uma temperatura de 300 ºC e adicionado serragem, nesta carbonização o tambor possui furos na parte inferior que permite a entrada controlada de oxigênio, dando auxilio à combustão não deixando que o material se transforme em cinzas, eliminando assim os gases nocivos e garantindo que não haja mal cheiro e nenhum risco aos trabalhadores na hora da manipulação no processo de moagem na produção dos “briquetes”.

 Para a produção dos briquetes, o material é colocado em um moinho junto com um melaço, utilizado para dar liga e consistências nas “bolotas” que se formam, estas são levadas ao sol para secar e são comercializadas na região. Os briquetes mantem a chama do fogo uniforme e queimam de forma mais limpa quando comparado com o carvão vegetal, além de queimarem por mais tempo, não exalando mal cheiro também não agredindo a saúde da população que utiliza, diminuindo o uso de carvão vegetal e o desmatamento, assim gerando renda para a comunidade.

Fonte: Treehugger

https://www.youtube.com/watch?v=8iQX0TQi56Q

Referencias:

MARKHAM, Derek. In Kenya, dried poop briquettes are serving as a clean cooking fuel. Disponível em: <https://www.treehugger.com/renewable-energy/kenya-fecal-briquettes-are-serving-clean-cooking-fuel.html

ECYCLE, Equipe. No Quênia, carvão feito com fezes humanas serve como combustível mais sustentável para cozinhar. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/component/content/article/37-tecnologia-a-favor/5862-no-quenia-carvao-feito-com-fezes-humanas-serve-como-combustivel-mais-sustentavel-para-cozinhar.html>