Um pouco mais sobre as estrelas

Por: Bárbara de Almeida S.

                 Em textos anteriores foi falado sobre o surgimento de uma estrela (para lê-lo acesse aqui) e sobre uma das maneiras como ela pode chegar ao fim (para lê-lo acesse aqui). No entanto estes são conceitos muito distantes, provavelmente nenhum dos leitores viverá o suficiente para observar algum destes fenômenos, então agora podemos responder algumas perguntas mais próximas do nosso cotidiano relacionadas as estrelas. É provável que você, enquanto observava o céu noturno, tenha reparado que algumas estrelas emitem uma luz mais avermelhada, outras mais azulada ou completamente branca, talvez você também tenha notado que algumas possuem um brilho muito mais intenso e que as vezes até parecem piscar. Este texto destinasse a explicar estes fenômenos tão peculiares.
A coloração das estrelas está intimamente ligada à temperatura superficial delas. Assim como as chamas de uma vela ou de um fogão apresentam cores diferentes por causa de sua temperatura, as longínquas estrelas não escapam à esta regra. Enquanto Rigel, na constelação de Órion, e Spica, na constelação de Virgem, brilham em uma cor azulada, a estrela Sirius, na constelação de Cão Maior, e Veja, na constelação de Lira, brilham em tom mais branco-azulado; já Aldebaran e Arcturus possuem uma cor mais alaranjada e Antares é mais avermelhada. Quanto mais próximo do branco maior é a temperatura. A tabela a seguir mostra a classificação mais comum utilizada pelos astrônomos para esta característica:

http://www.zenite.nu/figs/f20/classes.png

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                    Além destas sete classes existe outras quatro (W – para temperaturas maiores que 30.000 K; R, N e S – para menores que 3.000 K). Uma curiosidade sobre esta classificação é a maneira como pode-se memorizar as classes espectrais mais comuns (O, B, A, F, G, K, M), utilizando estas letras como iniciais das palavras, pode-se formar a frase “Oh Be A Fine Girl/Guy, Kiss Me” (Oh seja uma garota/garoto legal, beije-me), provavelmente algum aluno galante inventou a frase e ela pegou em muitos lugares. Existem diversos subgrupos a partir desta classificação, porém eles não vêm ao caso neste momento.

                Quando se diz respeito ao brilho de uma estrela, falamos do seu tamanho e distância de nós. Estes dois conceitos remetem à magnitude das estrelas. Existem duas maneiras de classificar esta magnitude, sendo elas:

           Magnitude Absoluta (M) – Esta é representada pela letra M maiúscula. Refere-se à magnitude que as estrelas apresentariam, se estivessem todas a uma mesma distância do observador. Essa distância padrão é determinada em dez parsecs. O “parsec” é uma medida astronômica, cuja unidade equivale a 3,26156 ano luz. Em outras palavras, a magnitude absoluta é a magnitude real da estrela.

               Magnitude aparente (m) – A magnitude aparente é representada pela letra m minúscula. Refere-se à forma como a magnitude de um astro é percebida visualmente, a olho nu. Em muitos casos, uma estrela parece mais brilhante apenas porque está mais próxima do que outras.

                A classificação do brilho das estrelas é antiga e remonta ao menos à época de Hiparco (190 a. C. – 120 a. C.), que classificou cerca de 850 estrelas. Entre as estrelas que constavam de seu catálogo, as mais brilhantes Hiparco classificou como sendo de primeira magnitude, depois vinham as de segunda, de terceira e assim por diante, até a sexta magnitude, que em sua classificação está no limite da visão humana. Em 1856, com o aparecimento dos primeiros fotômetros e diante da necessidade de desenvolver escalas mais precisas, o astrônomo e matemático inglês Norman Pogson, desenvolveu uma nova escala, ampliando-a para números negativos. A escala sugerida por ele, que não vamos abordar aqui em detalhe, é amplamente conhecida e divulgada, nela as magnitudes negativas indicam maior brilho.

              Assim, na escala de magnitude absoluta, o Sol é uma estrela modesta, de quinta magnitude (5 M), mas na escala de magnitude aparente, o Sol é soberano. Sua magnitude é a mais negativa, graduada como vigésima sétima (-27 m). Entre as estrelas do céu noturno, a estrela de maior magnitude aparente é Sírius, com -1,44 m, localizada a apenas 8 anos luz de distância do Sol.

        Algumas estrelas parecem piscar enquanto as observamos, isto não quer dizer que elas realmente estão “apagando e ascendendo” na verdade é apenas uma ilusão de ótica. O que pisca não são as estrelas, mas sim as imagens que vemos delas. A luz brilhante desses corpos celestes atravessa mais de 100 quilômetros de atmosfera da Terra antes de chegar à nós. Durante este percurso, os raios são balançados pelo ar, dando a impressão de que as estrelas têm sua luminosidade alterada. É como observar o ralo de uma piscina do lado de fora dela. O balanço da água faz com que a imagem do objeto pareça sacudir. A atmosfera age na luz das estrelas da mesma forma. Como esses astros aparentam ser simples pontinhos luminosos, a distorção de suas imagens cria um efeito de pisca-pisca. Já com os planetas visíveis a olho nu – Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter – isso não ocorre. Como suas imagens no céu são maiores para nós do que as das estrelas, a distorção causada pelo ar não é suficiente para fazê-los piscar.

              Referências:

AS CORES DAS ESTRELAS. Disponível em: < http://www.zenite.nu/as-cores-das-estrelas/ >. Acesso em: 04 de abril de 2016.

A COR DAS ESTRELAS. Disponível em: < http://super.abril.com.br/tecnologia/a-cor-das-estrelas >. Acesso em: 04 de abril de 2016.

OBSERVANDO AS CORES DAS ESTRELAS. Disponível em: < http://www.observatorio.ufmg.br/dicas01.htm >. Acesso em: 04 de abril de 2016.

MAGNITUDE DAS ESTRELAS. Disponível em: < http://www.ibahia.com/a/blogs/estrelas/2014/01/29/magnitude-das-estrelas-2/ >. Acesso em: 04 de abril de 2016.

POR QUE AS ESTRELAS PISCAM?. Disponível em: < http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-as-estrelas-piscam >. Acesso em: 04 de abril de 2016.

 


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