Robôs auxiliando na terapia de autistas

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta 1 em cada 160 crianças no mundo. O espectro que engloba todos os graus dessa condição é enorme e os sintomas variam muito de gravidade, sendo que os mais comuns incluem dificuldades na comunicação e nas interações sociais, além de comportamentos repetitivos.

Um estudo publicado na revista Science Robotics teve como foco o aprimoramento de robôs para serem usados durante a terapia com crianças autistas. A primeira dificuldade encontrada foi a questão de que se os pacientes são totalmente heterogêneos entre si, ou seja, cada um com sua peculiaridade e grau de transtorno específico, sabendo disso, como os cientistas poderiam construir uma máquina que os tratasse de tal forma?

A solução encontrada foi o machine learning, processo de aprendizagem dos computadores que se baseia no reconhecimento de padrões e na inteligência artificial. Um dos objetivos da pesquisa era ajudar os pacientes a reconhecerem emoções e reações – algo que indivíduos autistas costumam ter dificuldade para fazer.

Por meio da tecnologia, os cientistas criaram um robô que trabalhava com as crianças em três fases: a sensorial, a perceptiva e a interativa. Na primeira, a máquina realiza a gravação de movimentos, expressões, áudios e medições fisiológicas (pressão, temperatura, entre outros) do paciente. Durante a etapa perceptiva, o sistema computacional analisa todos os dados coletados para melhor compreender a criança e seu comportamento. Já na fase interativa, robô e pessoa se comunicam, expressando sentimentos e reações um ao outro por meio de movimentos, falas e poses.

Dessa forma, os cientistas conceberam uma máquina que se adapta às necessidades e personalidades de cada um dos pacientes, o que facilitou a aproximação e o engajamento do sistema com o autista. O robô consegue responder suavemente às dicas comportamentais que o paciente oferece, proporcionando uma interação sólida e produtiva o que, segundo o estudo, gerou ótimos resultados melhorando as interações sociais e facilitando a expressão de sentimentos dos pacientes.

As crianças envolvidas na pesquisa totalizavam 35, sendo 17 originárias do Japão e 18 vindas da Sérvia.

Por:Allan Felipe Gaspareto Machado

Referências:

University of Connecticut. How Robots can Help Children with Autism Learn and Communicate; Disponível em: < https://today.uconn.edu/2013/04/how-robots-can-help-children-with-autism-learn-and-communicate/# >; Acessado em: 24 de julho de 2018.

A Story of Robots and Autism; Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=nwJsxLOilcc >; Acessado em: 24 de julho de 2018.

Personalized machine learning for robot perception of affect and engagement in autism therapy; Disponível em: < http://robotics.sciencemag.org/content/3/19/eaao6760>; Acessado em: 24 de julho de 2018.


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