No ultimo dia dois de Setembro de 2018 fomos noticiados sobre um incidente de grandes proporções envolvendo o Museu Nacional localizado na zona norte do rio de janeiro, uma catástrofe imensurável que impacta diretamente na história brasileira. Fundado por Dom João 6º no dia 6 de agosto de 1818, o museu acabou de completar 200 anos.
Administrado por uma instituição acadêmica (UFRJ) o museu também tinha caráter de centro de pesquisas cientificas, muitas delas referentes à pós-graduação.
Muitos apontam o descaso de instituições publicas como a principal causa do incêndio, já que a verba destinada ao museu vinha sofrendo constantes cortes.
Absurdos como o valor devolvido por alguns delatores da operação lava-jato (os R$ 267 milhões devolvidos por uma delação poderia manter o museu por 640 anos).
Acervo
Contava com um dos maiores acervos de antropologia e história natural do país, cerca de 20 milhões de itens, alguns com valor inestimável.
Luzia, com era chamado o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil, uma peça de extrema raridade descoberto em 1974 pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire, em Minas Gerais, teria cerca de 11.300 anos de idade, e nos dava ideia de como foi a migração humana para as Américas. Também uma enorme quantidade de fósseis de dinossauros, exemplares raros além de peças de outros países em conjunto com o Brasil. Um dos grandes destaques da coleção de paleontologia é o esqueleto Maxakalisaurus Topai, o primeiro dinossauro de grande porte a ser montado no Brasil. A ossada também foi encontrada em Minas Gerais. Possivelmente perdida em meio às chamas.
Em nota o museu se pronunciou sobre o ocorrido “É uma enorme tragédia. A hora é de união e reconstrução. Infelizmente, ainda não conseguimos mensurar o dano total ao acervo, mas precisamos mobilizar toda a sociedade para a recuperação de uma das mais importantes instituições científicas do mundo”, afirmou Alexander Keller, diretor do Museu Nacional.
Em mais uma triste passagem da história brasileira, ficamos na expectativa da recuperação do acervo do museu nacional e esperamos que essa lição sirva de aprendizado com o descaso com a história, ciência, pesquisa e cuidados com patrimônios como estes, que nos dizem respeito sobre nossa cultura e educação.
Texto por: Gabriel Grube dos Santos
Referências:
[1] Pamplona, Nicola. Incêndio de grandes proporções atinge Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio; Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/09/incendio-atinge-o-museu-nacional-na-quinta-da-boa-vista-no-rio.shtml >; Acessado em: 09 de Setembro de 2018.
[2] Carneiro, Júlia Dias; Machado, Leandro. Museu Nacional: o que tinha no acervo consumido pelo fogo; Disponível em: <https://www.bbc.com
/portuguese/brasil-45391771 >; Acessado em: 09 de Setembro de 2018.
[3] Shalders, André. Verba usada no Museu Nacional em 2018 equivale a 2 minutos de gastos do Judiciário e 15 minutos do Congresso; Disponível em: <https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro
/noticia/2018/09/03/verba-usada-no-museu-nacional-em-2018-equivale-a-2-minutos-de-gastos-do-judiciario-e-15-minutos-do-congresso.ghtml>; Acessado em: 09 de Setembro de 2018.